quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ESTÁ CONFIRMADO: NELSINHO BATEU DE PROPÓSITO POR ORDEM DE SYMONDS E BRIATORE!!!

Apenas dezesseis parágrafos foram suficientes para trazer aquela que, talvez, seja a história mais escabrosa que a F1 já viu.
Nos sites especializados muitos têm citado as batidas de Prost em Senna e 1989, de Senna em Prost em 1990, de Schumacher em Hill em 1994, de Schumacher em Villeneuve em 1997, até mesmo a pasmaceira que foi o GP da Áustria de 2002, quando Barrichello cedeu passagem para Schumacher na linha de chegada, como algo igualmente grave e com menos repercussão, o que segundo essas pessoas remete o alarde atual a uma espécie de Hipocrisia.



Tudo isso foi feio? Não restam dúvidas que sim. Mas existe uma diferença enorme, não pensem que estou a defender todos esses tristes capítulos que mancham a longa e importante história da F1, porém, é fato que todas essas atitudes, ou quase todas, excluindo-se a última, foram tomadas dentro da pista, no calor da disputa, pelo Piloto, que buscava naquele momento Vencer um Campeonato, ou se manter vivo na disputa daquele, ou seja, o objeto do ato era a busca do êxito.
O que Piquet fez é muito difícil de entender e não merece o mesmo tratamento:

Primeiro se expor a um risco que jamais pode ser considerado como controlado, expondo também os outros competidores, bem como público e pessoas que trabalhavam na realização da prova – Isso é o que considero o mais grave, pois se trata da integridade física própria e de terceiros.




Segundo: fazer tudo isso para beneficiar outro Piloto, para que aquele vencesse. A desculpa de que estava frágil emocionalmente e a intenção era ganhar status dentro da Renault não cola. O garoto tem suporte mental e intelectual suficiente para saber que tanto na F1, como na vida, esse não é o caminho para vencer e trilhar uma carreira vitoriosa.




Por fim, Nelsinho poderia ter feito tudo ao contrário. Ao receber uma proposta tão indecente, deveria ter procurado a direção da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e, já naquele momento ter delatado toda a situação, aí sim faria sentido.

Veja na íntegra o depoimento que Nelsinho concedeu a FIA no dia 30 de Julho delatando essa história escabrosa e que causou espanto até nos mais céticos com o Esporte.
As afirmações que se seguem foram feitas na sede da FIA, em Paris, no dia 30 de julho de 2009, onde presentes estavam Alan Donnelly (presidente dos comissários da FIA), Martin Smith e de Jacob Marsh (ambos da empresa de investigações Quest, contratada pela FIA para ajudar na investigação).



Eu, Nelson Angelo Piquet, nascido em 25 de julho de 1985, em Heidelberg, Alemanha ... digo o seguinte:
1. Salvo o que for dito de outra maneira, os fatos e declarações contidos neste depoimento são baseados em fatos e assuntos de meu conhecimento. Acredito que tais fatos e declarações contidos neste depoimento são verdadeiros e corretos. Onde quaisquer fatos e depoimentos não forem do meu inteiro conhecimento, são verdadeiros conforme meu conhecimento e lembrança e, se apropriado, eu indico a fonte do meu conhecimento e lembrança.
2. Faço este depoimento voluntariamente para a FIA e com a finalidade de permitir à FIA que exerça as suas funções de supervisão e de regulamentação no que diz respeito ao Mundial de F1.
3. Estou ciente de que existe um dever a todos os participantes do Mundial de F1 e a todos os portadores da superlicença para garantir a justiça e a legitimidade do campeonato e estou ciente de que graves consequências podem ocorrer se eu der à FIA qualquer declaração falsa ou enganosa.

4. Eu tenho ciência de que o meu depoimento completo foi gravado em uma fita de áudio e que uma transcrição completa da minha gravação de áudio será disponibilizada para mim e para a FIA. O presente documento constitui um resumo dos principais pontos feitos durante a minha declaração oral.
5. Gostaria de trazer os seguintes fatos ao conhecimento da FIA.

6. Durante o GP de Cingapura de F1, organizado em 28 de setembro de 2008 e válido pelo Campeonato Mundial do mesmo ano, fui orientado por Flavio Briatore, meu empresário e chefe de equipe da Renault, e por Pat Symonds, diretor-técnico da Renault, a deliberadamente bater meu carro para influenciar de forma positiva o desempenho da equipe no evento em questão. Concordei com a proposta e causei um acidente ao bater com meu carro no muro durante a 13ª/14ª volta da prova.
7. A proposta de causar deliberadamente um acidente foi feita a mim pouco antes da corrida, quando fui chamado por Briatore e Symonds ao escritório de Briatore. Symonds, na presença de Briatore, me perguntou se eu estaria disposto a sacrificar minha corrida pela equipe "causando um safety-car". Todos os pilotos de F1 sabem que o safety-car é liberado quando há um acidente que bloqueie a pista, seja por destroços de uma batida ou por um carro parado, assim como quando há dificuldade de remover um carro danificado, como foi o caso.

8. Na época em que aconteceu a conversa, eu estava em um estado emocional muito frágil. Isso foi causado pelo intenso estresse provocado pela recusa de Briatore em me informar se meu contrato de piloto seria ou não renovado para a próxima temporada (2009), como costumeiramente é o caso no meio do ano (entre julho e agosto). Ao invés disso, Briatore repetidamente me pediu para assinar uma "opção", que significava que eu não poderia negociar com nenhuma outra equipe neste período. Ele seguidamente me pressionava a prolongar a opção que eu havia assinado, e regularmente me chamava ao seu escritório para falar sobre essas renovações, até mesmo em dias de corrida — em um momento que deveria ser de concentração e relaxamento antes da prova. Este estresse era acentuado pelo fato de que eu havia me classificado na 16ª posição no grid para o GP de Cingapura, então estava muito inseguro com relação ao meu futuro na Renault. Quando fui pedido para bater meu carro e causar um safety-car para ajudar o time, aceitei, pois esperava que isso fosse melhorar minha posição na equipe neste período crítico da temporada. Em nenhum momento ninguém me disse que, por concordar em causar um incidente, teria garantido a renovação do meu contrato ou qualquer outra vantagem. Entretanto, no contexto, pensei que isso me ajudaria a alcançar este objetivo. Por isso, concordei em provocar o incidente.
9. Depois do encontro com Symonds e com Briatore, Symonds me levou a um canto tranquilo e, usando um mapa, me indicou exatamente a curva em que eu deveria bater. Esta curva foi escolhida por causa do local específico da pista, que não tinha guindastes para suspender e levar rapidamente um carro danificado para fora, nem qualquer abertura na pista, o que permitiria a um fiscal retirar rapidamente o carro. Portanto, considerou-se que um acidente naquele lugar específico quase com certeza causaria uma obstrução da pista, o que resultaria na entrada do safety-car para permitir a liberação dela e garantir a continuação em segurança da corrida.
10. Symonds também me disse exatamente em que volta eu deveria causar o incidente, de modo que uma estratégia pudesse ser implantada para que o meu companheiro, Fernando Alonso, pudesse reabastecer nos boxes pouco antes da entrada do safety-car, o que ele de fato fez na volta 12. A chave para essa tática residia na quase certeza de que o safety-car entraria na pista nas voltas 13 ou 14, permitindo ao time fazer Alonso largar com uma estratégia de combustível agressiva, usando um carro leve com gasolina suficiente para parar na volta 12, mas não mais do que isso. Isso permitiria a Alonso ultrapassar tantos carros (mais pesados) fosse possível, sabendo que, depois, aqueles carros teriam dificuldades de alcançá-lo pela posterior entrada do safety-car. Esta estratégia foi bem-sucedida, e Alonso venceu o GP de Cingapura de F1 em 2008.
11. Durante estas discussões, não foi feita nenhuma menção em relação às implicações de segurança dessa tática, seja para mim, para o público ou para os outros pilotos. O único comentário feito neste contexto foi de Pat Symonds, que me alertou para "ter cuidado", o que eu interpretei como não me contundir.
12. Eu causei intencionalmente a batida, deixando perder o controle do carro pouco antes da curva pertinente. A fim de me certificar de que eu causaria o incidente durante a volta certa, eu perguntei à equipe por diversas vezes o número da volta em que estávamos o que normalmente não faço. Nem eu, nem ninguém se lesionou no acidente.
13. Após as discussões com Briatore e com Symonds, descritas acima, a "estratégia do acidente" nunca mais foi discutida novamente com qualquer um deles. Briatore disse discretamente "obrigado" após o final da corrida, sem mencionar mais nada. Não sei se alguém tinha conhecimento desta estratégia no início da prova.

14. Depois da corrida, eu informei a Felipe Vargas, um amigo da família e conselheiro, o fato de que o incidente havia sido deliberado. Vargas ainda informou ao meu pai, Nelson Piquet, algum tempo depois.

15. Após a prova, vários jornalistas fizeram perguntas sobre o acidente e me perguntaram se eu tinha feito de propósito, pois acharam o incidente "suspeito".

16. Na minha própria equipe, o engenheiro do meu carro questionou a natureza do incidente, pois considerou incomum, mas eu respondi que tinha perdido o controle do carro. Eu acredito que um engenheiro inteligente notaria pela telemetria do carro que o acidente foi proposital, porque continuei acelerando, enquanto que a reação "normal" seria a de usar o máximo de freio possível.


A Renault foi convocada à participar de uma audiência que acontecera no próximo dia 21 onde a equipe terá a oportunidade de dar oficialmente sua versão ao caso.

5 comentários:

Anônimo disse...

O Nelsinho vacilou, mas ele vivia um momento muito compricado para renovar o contrato dele.

É difícil saber o que fazer numa hora dessas.

Jose Albuquerque

Pedro Lopes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Lopes disse...

Com o suporte que ele tem, não precisaria fazer isso, e mesmo que não o tivesse, existe algo chamado honra que impede determinadas ações, ainda mais premeditadas como parece que foi o caso.

Uma coisa é certa, ninguém nasce imune a pressão, isso você desenvolve ao longo da vida, com as frustrações, vitórias, derrotas etc...etc...(estamos sempre aprendendo com elas)

E o fato de sempre ter tudo em uma certa zona de conforto, como parece que foi a carreira dele, pode ter prejudicado e muito o Nelsinho.

Geralmente isso molda pessoas imaturas e conseqüentemente frágeis, incapazes de reconhecer suas limitações, justificando sempre seus erros em fatos externos, com isso, tornam-se mais vulneráveis a atitudes desconhecidas até mesmo, por si mesmo. Tirando conclusões e tomando decisões muita das vezes precipitadas.

É uma pena... Espero que ele tome conta de suas próprias ações e de sua carreira daqui pra frente, torço muito por ele, parece ser uma boa pessoa.

Anônimo disse...

Parece que estão tentando livrar a cara do Briatore. Do jeito que a coisa vai tá parecendo que vai sobrar para outro cara lá, o Symonds!

Carlos Brahter

Anônimo disse...

quem diria q o nelsinho ia fazer isso mais o dinheiro não faz ne mesmo. blog ta massa uma abraço ass: Bolha